
Este foi um ano muito rico. Rico de visitas, rico de alegrias. Uma das
vantagens de viver longe da família é que, quando alguém querido vem
visitar, fica um tempinho. Menos tempo do que gostaríamos é verdade, mas
sempre é mais um bocadinho do que se ainda morássemos ali ao lado. E assim foi.
Meus primos vieram de Ribeirão Preto, a fim de cicatrizar a ferida ainda aberta da partida da minha filha, que tinha passado um mês de suas férias comigo. Dei-me conta de que já não estava com eles desde a meninice.
Meus primos vieram de Ribeirão Preto, a fim de cicatrizar a ferida ainda aberta da partida da minha filha, que tinha passado um mês de suas férias comigo. Dei-me conta de que já não estava com eles desde a meninice.
Família quando é unida é daquele
jeitinho em todo o canto: Passam-se os anos mas o vínculo permanece. Falamos do
que aconteceu há 30 anos como se tivesse sido ontem. Éramos mais novos do que
os nossos filhos quando convivíamos mas a verdade é que o Beto e a Márcia
fizeram com que eu me sentisse mais em casa na minha própria casa.
Trabalham na TV e vendem
pipocas, o que cria uma aura romântica em torno deles. Apesar de todo o
romantismo e fama à sua volta, ainda têm aquele mesmo sorriso de meninos de
cidade pequena. Lembram os casais dos amores impossíveis de Camilo Castelo
Branco. E sem saber e sem combinarmos, realizaram meu grande desejo: ter um
pinguim de geladeira. Estilizado, moderninho e barrigudo, tenho finalmente o
meu pinguim. Ele não guarda dinheiro, mas guarda saudades, guarda a certeza de
que família se estende muito além das portas da nossa casa, vai se
multiplicando e nunca deixa esmorecer o amor. A minha família é feito pipoca: Barulhenta,
sente-se de longe e é quentinha. O meu pinguim lembra-me disso todos os dias.
Afinal, ele também veio dos trópicos.
Verónica Vidal
Fiquei com vontade de também ter um pinguim de geladeira! Adorei! :)
ResponderExcluirAi, Ângela! Agora, que estás mais distante da tua terrinha, hás de entender bem direitinho essa coisa de saudade apertadinha.
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