terça-feira, 24 de setembro de 2013

Insensatez

E é porque me inspiras e é porque me seduzes e é porque me excitas e é porque me encantas. E é porque passa o tempo, e havias de fazer algo de péssimo, a fim de quebrar o encantamento, mas não o fazes, e sigo assim, enfeitiçada, perdida, atordoada.

E é porque me socorres e é porque me curas e é porque me escutas. E num diálogo não verbal diz-se tudo e mais ainda. Em palavras diz-se tudo aquilo que não se queria dizer. É melhor ser muda. Mas nada muda.

E quando te fazes frágil e julgas desencantar-me, fazes-te menino e te fazes mais humano, menos herói, mais real, mais perto. Mais doce. E a insensata dependência que me ata a ti tira-me o conforto, descontrola-me, mete-me medo. Desejo a insanidade mental declarada a fim de viver declaradamente o desejo insano. Quero todas as coisas, da forma mais egoísta possível, e talvez, apenas talvez, consiga.

Verónica Vidal - triste daqueles que não vivem paixões insensatas, loucos amores, daqueles inexplicáveis. Durem o quanto durem, são essenciais.

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