sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Elas são cariocas!

É pois é. Eu andei um tempo caladinha, com medo de escrever e pagar imposto por isso. É que por cá, anda um Coelho a dar uns Passos trocados e quem sofre somos nós, que perdemos os nossos parcos trocados. Com a esfarrapada desculpa de que um tal Sócrates andou filosofando em causa própria, vimo-nos agora todos gregos para pagar as crateras lunares desvendadas em pura ironia socrática, mostrando a tolice e os absurdos somente e obviamente no governo seguinte, como é de praxe. Pois era de tanto ouvir esse trelelê nos telejornais e nas conversas de boteco por aqui, que dava-me uma preguicite mortal de escrever qualquer coisa. Pura falta de inspiração.


Até que uma garotinha muito miudinha aparece à minha frente. Tamanho de criança, jeitinho de 12 anos, mas 22 nos documentos. Para melhorar o pacote, ela é carioca, ela é carioca, olha o jeitinho dela andar... Pronto, minha carioquice forçosamente hibernada nestes 5 anos de fados conimbricences emergiu abruptamente, assim mesmo, de sopetão, e já queria eu levar a menina para casa, colocar lacinhos e vesti-la com um vestidinho de organza, mas a razão falou mais alto. Convidei a menina para passear, para conhecer os arredores da cidade. Bem assim, no melhor estilo carioquês de ser: Passo lá na tua casa, quer levar uma amiga? E ela levou duas. Nada poderia ter sido mais perfeito.
E assim, 3 meninas brasileiras, melhor do que brasileiras, cariocas, com todo o seu diferencial, cada qual com o seu jeito, cada qual com os seus gostos e todas se entendendo perfeitamente. Tem a apaixonada por cachorros e as que amam cachorro (quente). Tem a vegetariana e a que come de tudo e nunca engorda. A que namora desde sempre com seu doce príncipe e a que ainda faz uni-duni-tê e não namora ninguém. E eu, me fantasiei de tia inventada na hora, meio assim, feito bolinho de chuva que a gente vai fazendo sem receita. E fui roubando delas um bocado de risadas, um pedaço de alegria, uma nesga de sorriso. Aplaquei as saudades das minhas filhas e tive a certeza mais do que certa de que Deus vai me dando remédios santos à medida que eu necessite deles. É provável que nos dê a todos, apenas alguns de nós têm olhos para ver e outros simplesmente deixaram que a catarata da melancolia e da autocomiseração os cobrisse.

Veronica Vidal
Ainda exilada, com saudades e com frio, mas perder o sambalelê, jamais!

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